Não existe nada mais relaxante do que fazer pão… Primeiro porque exige que você passe o dia em casa, sem ter que dirigir ou sair pra ir no mercado. É a sua desculpa para ficar o dia inteiro entre o sofá e a cozinha.
Segundo porque você tem que sovar a massa, que é uma ótima maneira de descontar as insatisfações da vida sem agredir ou ofender ninguém. Você amassa, joga o pão na bancada… Se quiser, coloque a bacia no chão e pode ficar jogando a massa com toda força dentro dela. Desestressa qualquer um. E, se você estiver com preguiça até de sovar massa de pão, a batedeira com aquela pá que parece um gancho pode fazer todo o trabalho.
Terceiro porque exercita a paciência. Existe algo mais slow food do que pão? Você ativa o fermento e espera borbulhar, depois coloca uma farinhazinha e açúcar e espera virar aquela esponja linda e cheia de bolhas, adiciona os ingredientes todos, amassa e espera crescer horas e horas e então você amassa de novo, modela o pão e espera crescer mais. Esperar, esperar e mais esperar. Ninguém apressado, nenhum relógio indo rápido demais e nada de prazos quase acabando: em resumo, é o contrário da rotina agitada.
Além de tudo isso, fazer pão tem seu toque de mágica. Tenho certeza que não sou a única que fica exultante em ver uma massa de pão bonita e crescida depois de 2 horas em um lugar quentinho!
E, pra completar a alegria, você ainda come pão quentinho e feito em casa com manteiga derretida e tudo… Isso sim é o fechamento de um dia relaxante.
Esse domingo foi dia de pão. A receita foi essa de Pão de Castanha de Caju, que eu modifiquei do livro Panelinha (que é maravilhoso, aliás).
Pão de Castanha de Caju
(rende dois pães grandes)
- 5 xícaras de farinha de trigo
- 1 xícara de farelo de trigo
- 1/4 de xícara de gérmen de trigo
- 30g de fermento biológico (3 sachês)
- 1 colher de sopa de açúcar mascavo
- 3 colheres de sopa de mel (ou melado de cana para veganos)
- 2 1/2 xícaras de chá de água morna
- 3 colheres de sopa de azeite
- 1 colher de sopa rasa de sal
- Em uma tigela, misture a água morna, o azeite, o açúcar, o mel e o fermento. Deixe a mistura repousar por 10 minutos ou até que forme uma camada de espuma.
- Acrescente 1/4 de xícara de farinha de trigo e misture. Deixe a mistura descansar por mais 10 minutos. Se em nenhum dos momentos a mistura formar espuma, jogue fora e comece de novo. Isso pode ter acontecido por um defeito no fermento ou porque você colocou o fermento em água quente demais e os microorganismos morreram. O ideal é que a água fique em torno de 40 °C. Para testar a temperatura, ferva a água e deixe-a esfriar até que você consiga ficar com o dedo dentro dela por 10 segundos.
- Em outra tigela, misture a farinha, o gérmen, o farelo e o sal.
- Para fazer na batedeira: use a pá do tipo gancho. Bata a mistura de fermento e vá adicionando a mistura de farinhas, batendo em velocidade baixa e aumentando a medida que a massa for se formando. Depois que a massa estiver homogênea, bata por mais 5-6 minutos para sová-la.
- Para fazer à mão: em uma bacia grande, coloque a mistura de fermento. Adicione, aos poucos, a mistura de farinha, usando as mãos para homogeneizar e amassar a massa. Depois de formada, coloque-a em uma bancada e sove por cerca de 10 minutos.
- Forme uma bola de massa e deixe-a crescer, coberta por um pano úmido. Se o dia estiver muito frio, deixe a massa em um local ligeiramente aquecido (eu deixo em forno desligado e pré-aquecido à 50°C). A massa deve crescer por cerca de 1h30min ou até que ela dobre de volume.
- Divida a massa em duas partes iguais e sove por mais 5 minutos em uma superfície esfarinhada. Forme dois pães redondos com a massa.
- Coloque cada pão em uma forma untada com azeite com espaço o bastante para que eles cresçam.
- Deixe os pães crescerem, coberto por panos úmidos, por mais 30 minutos antes de levar ao forno.
- Depois de crescidos, faça três incisões em cada pão com uma faca afiada.
- Pré-aqueça o forno a 180 °C e asse os pães por 1 hora.