Comida pode ser algo deslumbrante, pode te deixar surpreso e intrigado, pode te maravilhar com sabor, aroma, textura e intensidade.
Mas para descobrir tudo isso, é necessários escolher comer sem atalhos. Dispense molhos, temperos e caldos prontos, rejeite comidas congeladas industrializadas, repudie o macarrão instantâneo e despreze o fast food que te vende comida falsa, viciante e engordante. Escolha a comida de verdade.
O fast food e a comida industrializada não têm nenhum propósito nobre de proporcionar um bom momento em família ao redor de uma mesa ou de te ajudar a abrir a felicidade. O alvo deles é um só: lucro.
E a indústria de alimentos é mestre em maximizar seu lucro às nossas custas.
Primeiramente, eles te vendem um produto feito com matéria prima ruim, muito ruim. Nuggets, salsichas e hambúrgueres não são feitos apenas com carne, aliás, existe pouquíssima carne real nessas belezinhas, mas sobram emulsificantes, gordura animal, realçadores de sabor, aromatizantes, sal… Tudo isso pra te fazer acreditar que aquilo é, na verdade, um belo pedaço de proteína animal, preparado de um jeito especial só pra você. Tudo isso pra te fazer acreditar que você ama muito tudo isso. Já que a matéria prima é ruim e barata, o custo de produção é menor do que se fossem ingredientes honestos.
Mas, como eu já falei, a indústria de alimentos não está nem aí pra sua saúde e felicidade. Eles querem lucro, então ao invés de te vender o produto pelo preço que eles realmente valem (afinal estão vendendo olhos e gordura de frangos batidos no liqüidificador com emuslificante e saborizantes; aka nuggets), eles agregam valor ao produto deles por meio do queridíssimo marketing.
Pense comigo: como é que água, xarope e gás se tornaram: uma bebida que te acompanha ao longo da sua vida e crescimento (já viram a propaganda da coca-cola life), uma bebida que te dá energia pra ser feliz (140 calorias de alegria), que mata e refresca a sede do melhor jeito (Já pensou em por que a latinha da coca é toda suada daquele jeito? E porque estamos condicionados a querer matar a nossa sede com refrigerante e não com água? Já percebeu que a coca é relacionada com um dos lugares mais gelados do mundo, o polo norte com seus ursos polares?), que quer apenas te proporcionar momentos felizes e de comunhão com amigos e família (aqui, aqui e aqui)?
Raramente a coca-cola ou outras empresas de refrigerantes te vendem o produto, o refrigerante verdadeiramente. Eles não estão te falando sobre o que ele contém, seu sabor, seu aroma, suas propriedades… Eles te vendem momentos, eles te vendem status, eles te vendem felicidade e amor. Porque eles são muito bonzinhos e querem te proporcionais tudo isso? Ou por que água com xarope e gás não venderia tão bem quanto tudo isso? Agora imagina como uma água com gás e xarope venderia se ela estivesse fortemente associada a problemas como diabetes, câncer, síndrome metabólica, obesidade… (Assiste esse!)
Tanta propaganda, tanta felicidade, tanto incentivo ao esporte (a Coca-cola e o McDonald’s patrocinam vários eventos esportivos) para tentar jogar pra debaixo do tapete a verdade feia de que os seus produtos não proporcionam alegria, mas sim doença, infelicidade com o próprio corpo e a venda da nossa própria cultura em prol de uma globalizada e fabricada pela mídia.
Mas a atitude mais desleal que a indústria tem é em relação aos seus mais fiéis e ingênuos clientes: as crianças. Para elas, o McDonald’s é muito mais do que uma lanchonete, é um lugar de pura diversão, de brincar naquele parquinho diferente, de ganhar presente (brinde), de lanchar num lugar colorido cheio de fotos de personagens. McDonald’s passa a ser mais do que um sanduíche, ele é diversão e alegria pra elas. E, quando elas crescem, esse sentimento nostálgico permanece: McDonald’s é um lugar seguro e relaxante para ir depois de um dia estressante no trabalho, à procura de um pouco de alegria. Tudo isso com comida cheia de sal, gordura e açúcar, que são, primitivamente, as prediletas do ser humano…
É desleal e desonesto como o Shrek, a Dora, o Bob Esponja, os pinguins de Madagascar e outros personagens queridos das crianças vendem produtos ruins a elas. Ruins em todos os sentidos: são cheios de açúcares, gorduras e sal e tratam o paladar da criança com burrice, oferecendo apenas sabores artificiais e de fácil aceitação.
Será que eu consegui expressar uma pouquinho da minha raiva pela indústria de alimentos? Será que eu consegui te fazer entender que você e eu somos frutos de gerações enganadas pela mídia para acreditarmos que os produtos da indústria eram as melhores escolhas alimentares? Será que eu consigo te convencer a mudar?
Eu não como mais em redes de fast food e não tomo refrigerante. Porque eu não vou ser enganada, porque não sou uma pecinha no jogo de manipulação e marketing deles, porque eu não quero dar um centavo pra essas empresas desonestas e porque eu não tenho o menor prazer em comer o que eles me oferecem.
Eu não estou falando tudo isso porque quero que você faça a mesma decisão que eu. Só quero que você tenha informações o bastante para fazer a sua decisão de maneira consciente.
Pense sobre isso tudo e comece a cozinhar. Você vai ver que comida feita em casa é SEMPRE melhor do que a opção da indústria e que os sabores da natureza são mais complexos, profundos e maravilhosos do que os frasquinhos de essências artificiais que dão o mesmo gosto pra tudo na prateleira do supermercado.
Você vai ver que comida de verdade pode ser deslumbrante.